Vida Inova traz a lente da inovação no curso da vida.É um pilar fundamental para entendermos as opções e oportunidades do amadurecimento com autonomia e independência.

Gerontecnologia
Leia: Gerontecnologia – Tecnologia para a qualidade de vida na longevidade
Escrito por Carla Santana e Mariane Coimbra

No cenário atual, a tecnologia desempenha um papel cada vez mais significativo na vida das pessoas, e isso não é diferente para a população idosa. Nesse contexto, a gerontecnologia surge como uma aliada poderosa, promovendo o bem-estar, a independência e a inclusão social das pessoas idosas, por meio de soluções tecnológicas adaptadas às suas necessidades específicas.

Segundo a pesquisadora Carla Santana Castro, a gerontecnologia é o campo de estudo que se dedica a desenvolver e implementar tecnologias voltadas para as pessoas idosas, visando melhorar sua qualidade de vida e promover o envelhecimento saudável e ativo. Johannes Doll, também pesquisador do campo da gerontecnologia, destaca a importância do uso das tecnologias por esse público como forma de aumentar sua autonomia, conectar-se com o mundo e manter-se engajado em atividades significativas.

As contribuições da gerontecnologia são vastas e abrangem diferentes aspectos da vida cotidiana dos 60+. As tecnologias estão revolucionando a forma como as pessoas idosas vivem e interagem com o mundo ao seu redor. Elas podem ser dispositivos simples, como um talher adaptado para facilitar o uso durante a alimentação e sistemas de monitoramento de saúde, ou soluções mais avançadas, como robôs assistenciais e aplicativos de telemedicina. 

Um exemplo inspirador é o projeto do Sesc São Paulo, que promove o uso da tecnologia para incentivar a participação social e o aprendizado contínuo entre as pessoas idosas. Por meio de oficinas e cursos de inclusão digital, os participantes têm a oportunidade de explorar novas ferramentas tecnológicas e ampliar suas habilidades, reforçando sua autoconfiança e senso de pertencimento. 

Como tem sido a inclusão da tecnologia no seu dia a dia? Em que aspectos ela contribui para sua independência e autonomia? 

A gerontecnologia representa um caminho promissor para a promoção da qualidade de vida na longevidade. Ao investir em soluções tecnológicas, voltadas às necessidades das pessoas  idosas, e incentivar seu uso ativo, podemos criar um futuro mais inclusivo, conectado e enriquecedor para todas as gerações.

Para quem se interessar mais, uma fonte muito interessante sobre o assunto é o livro “Tratado de Geriatria e Gerontologia”, de Elizabete Viana de Freitas. Nele, destacam-se os avanços e desafios desse campo em constante evolução. Outras referências estão disponíveis no Saiba Mais.

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REFERÊNCIAS

  • CASTRO, C.S.S,. Gerontecnologia. IN: FREITAS, E.V.;PY,L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 5. ed. – Rio de Janeiro :Guanabara Koogan, 2022.p.3922-3941.
  • MINUTO GERONTEC: Gerontecnologia e o uso de tecnologias por idosos, por Johannes Doll. Dsiponível  em: https://youtu.be/Fl5m_TIVx1A?si=vT6fzm5Q3I2jOdJ5

 

SAIBA MAIS

YOUTUBE: 

  • Gerontecnologia – Contribuições da Tecnologia para a vida das pessoas –  Castro, CSS GERONTECNOLOGIA, In: Freitas, Elizabete Viana de. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Guanabara, 2022.
Tecnologia assistiva
Leia: Tecnologias Assistivas: apoiando a vida plena na longevidade

Escrito por Carla Santana e Mariane Coimbra

No contexto da longevidade, uma das grandes aspirações é manter a autonomia e independência por mais tempo e com mais qualidade. Como falamos no texto de Gerontecnologia, as tecnologias têm muito a contribuir nesse sentido! Especialmente as tecnologias assistivas. Você já ouviu falar nelas? 

As tecnologias assistivas são um conjunto de recursos, estratégias e serviços criados com o intuito de promover mais autonomia, independência e acessibilidade para as pessoas com limitações nas atividades que possam restringir a sua participação plena na sociedade. A tecnologia assistiva está desempenhando um papel cada vez mais importante na promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas idosas. 

Essas tecnologias e inovações têm o poder de transformar vidas, oferecendo soluções personalizadas para superar desafios físicos e cognitivos que estão relacionados ao processo de envelhecimento. Quem não se beneficiaria de uma lente de aumento quando tem dificuldades para ver com nitidez? Ou ainda não acharia útil usar uma barra de apoio para se apoiar e conseguir tomar seu banho com segurança?

Ao pensar em tecnologias é comum que as pessoas pensem em aparatos complexos, com alto desenvolvimento. Mas na verdade as tecnologias assistivas englobam uma diversidade de recursos, desde equipamentos como cadeiras de rodas, andadores, aparelhos auditivos, até robôs assistentes pessoais. Todos eles, independentemente do nível de sofisticação e complexidade, têm em comum o objetivo de facilitar a vida das pessoas que necessitam.

 Se você usa um aplicativo de celular para lembrar da medicação ou de alguma tarefa a ser feita, você já é assistido (a) por uma tecnologia, ou seja, uma tecnologia assistiva já está te apoiando em uma tarefa importante. Isso vale para um par de óculos, um aplicativo de celular para lembrar a hora de remédio, uma bengala de apoio, uma agulha de crochê com o cabo engrossado e tantas outras soluções tão integradas às nossas vidas. 

Um ponto importante a se observar nessas tecnologias é que elas sejam desenvolvidas com base nas necessidades e características reais de seus usuários. E neste sentido, se faz necessário que os desenvolvedores de tecnologias  – empresas, designers, engenheiros, arquitetos, dentre outros – estejam conectados com as necessidades das pessoas que estão envelhecendo. Ou melhor, reconheçam as pessoas idosas como importante parte da sociedade e tenham esta preocupação de pensar e construir um ambiente, e todas as estruturas e objetos que fazem parte dele, adequado para todos. Isto inclui o transporte, o comércio, a cidade, os serviços e tudo o que está relacionado a vida de uma pessoa. Afinal, como circular com andadores, bengalas, cadeiras de roda, em ruas e locais com barreiras?

Para além do uso pessoal das tecnologias assistivas, é fundamental pensarmos em acessibilidade e em ambientes amigáveis para pessoas idosas. Um ambiente acessível é aquele em que indivíduos com qualquer tipo de limitação, temporária ou permanente, podem funcionar independente e prazerosamente, porque o ambiente se ajusta às  suas capacidades (Neri, 2022) Além disso, é pensar em arquiteturas (ou design de ambientes) que considerem as possíveis perdas funcionais  e assim, construir e adaptar ambientes que tornem possível a mobilidade, independência, a autonomia, a segurança, o conforto e o bem estar da pessoa idosa nos ambientes por onde circula.

Nesse sentido, é importante que o desenvolvimento das tecnologias assistivas parta de abordagens amplas e abrangentes, que considerem não apenas as capacidades físicas e cognitivas de cada indivíduo, mas também seus interesses, preferências e contexto social.

Agora que você já sabe o que são tecnologias assistivas, cabe refletir sobre como elas têm feito parte do seu dia-a-dia! Você já observou alguma necessidade sua ou de alguém que você conhece que poderia ser facilitada por uma tecnologia? Mesmo que esta seja uma solução bem simples?

As tecnologias assistivas podem compensar as mudanças sobre o seu corpo que foram trazidas pelo processo de envelhecimento e facilitar uma vida mais independente e autônoma. 

Mas é importante quebrar tabus e preconceitos na adoção de uma tecnologia assistiva, por isso é necessário reconhecer as necessidades e buscar as soluções. Ao investir em inovações acessíveis, centradas no usuário e culturalmente sensíveis, podemos promover uma sociedade mais inclusiva e solidária, onde todas as pessoas, independentemente da idade ou habilidades, possam participar ativamente e desfrutar de uma vida com dignidade e bem-estar.

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REFERÊNCIAS

PARA SABER MAIS

 

Vídeo:

 

 

Textos:

  • Older People’s Needs and Opportunities for Assistive Technologies, Gaja Zager Kocjan, Tanja Špes, Matija Svetina, Nejc Plohl, Urška Smrke, Izidor Mlakar & Bojan Musil (2023) Assistive digital technology to promote quality of life and independent living for older adults through improved self-regulation: a scoping review, Behaviour & Information Technology, 42:16, 2832-2851, DOI: 10.1080/0144929X.2022.2149423

Assistive digital technology to promote quality of life and independent living for older adults through improved self-regulation: a scoping review (tandfonline.com) 

Ocupação do tempo
Leia: Ocupação do tempo e a relação com a longevidade
Escrito por Carla Santana e Mariane Coimbra

Ao longo da história, muitos versos foram escritos numa tentativa de conversa entre o poeta e Cronos (deus do tempo, na mitologia grega), numa forma de traduzir a nossa experiência com o passado, presente e futuro. Esses versos pedem mais tempo para se viver, tempos generosos e felizes, ou mesmo que os tempos de sofrimento sejam poucos e curtos, ou ainda que o tempo não pare. Um bom exemplo desses, são os versos de Lulu Santos em Tempos Modernos: “… hoje o tempo voa, amor. Escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir. E não há tempo que volte, amor. Vamos viver tudo que há pra viver. Vamos nos permitir.” Esses versos nos convidam a enxergar um futuro melhor, um tempo de mudança.

Mergulhando na poesia diária de nossas vidas na velhice, nos deparamos com várias percepções diferentes sobre o tempo. A sensação de muito tempo destinado aos afazeres domésticos ou ao cuidado com outros. Há também a de muito vazio de atividades ou o saudoso tempo de trabalho. A sensação ainda de um generoso tempo destinado aos programas de televisão ou ao telefone celular. 

O fato é que conhecer como as pessoas mais velhas e idosas usam o seu tempo tem sido uma preocupação de muitos estudiosos em diferentes áreas do conhecimento. Um estudo feito na Austrália relatou que pessoas idosas com 65 anos ou mais passavam a maioria do tempo em cuidados pessoais, atividades domésticas e lazer. Outro estudo feito na Europa e na América do Norte destacou que as pessoas idosas passavam mais tempo assistindo televisão, lendo ou ouvindo rádio depois que se aposentaram. Já um estudo feito na Ásia trouxe que pessoas idosas gastavam mais de 8 horas em sono e descanso, 6 horas em atividades de lazer e 5 horas em algum tipo de trabalho.

Muito embora seja importante saber o que as pessoas fazem no seu tempo livre,  as perguntas que queremos que você faça são: o que desejo fazer com o meu tempo? Como desejo usar esse tempo de forma que possa me sentir satisfeito? Uma coisa é certa: os estudos já comprovaram que se engajar em atividades significativas e o estilo de vida ativo são essenciais para um envelhecimento saudável e bem-sucedido. Então, vou aproveitar este pequeno espaço de texto que resta para convidar você a refletir sobre o melhor uso do seu tempo. Não é uma receita, mas apenas possibilidades que possam servir de inspiração.

1) Equilíbrio: observe se há um equilíbrio na distribuição de atividades que você faz. Considere as suas principais atividades e anote quantas horas você gasta com elas, inclusive com o sono e descanso, cuidados com outros etc. Isso dará uma ideia de onde o seu tempo está sendo usado.

2) Atividades significativas: classifique as atividades que você realiza em ordem de importância. Dê notas de 1 a 10 (sendo 1 a mais importante e 10 a menos importante). Nem tudo é possível deixar de fazer, mas saber quanto tempo você está destinando para as atividades importantes pode dar um pouco mais de tempo para o que satisfaz você. 

3) Engaje-se em atividades: pense sobre atividades que você sempre quis fazer. Pode ser uma atividade de voluntariado, de maior participação na comunidade onde mora, de contribuição a alguma organização que você respeita, de maior participação política, de lazer e entretenimento ou outra. Agora, faça um plano para começar e inclua pessoas nele, pois nem tudo depende de você. 

4) Expanda as suas habilidades: novos conhecimentos nos desafiam a manter o nosso corpo e nossa mente ativos. Tente novos conhecimentos como aprender um instrumento musical, um idioma (inglês, francês, italiano, espanhol etc.), uma habilidade manual (crochê, tear, tapeçaria, pintura etc.), uma profissão ou colecione algo como um hobby (quebra-cabeças).

5) Conecte-se com mais pessoas: estar com mais pessoas com interesses comuns traz mais motivação para iniciar uma atividade nova, pois somamos habilidades e podemos nos apoiar um no outro. Além disso, rende uma boa conversa. Faça novos amigos ou se reconecte com os antigos.

Na longevidade, esse tempo vale ouro, pois, de alguma forma, está diretamente ligado à nossa saúde e bem-estar no presente e no futuro. Afinal,  os nossos interesses e desejos têm muito valor, não é mesmo? Por isso, use o seu tempo a seu favor! Como diz o poeta “… eu vejo um novo começo de era, de gente com habilidade pra dizer mais ‘sim’ do que ‘não’.” Olhe para si e avalie. Se achar que em alguma parte de sua vida precisa de mudança, Inove! 

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REFERÊNCIAS:

  • Doimo, L.A., Derntl, A.M., & Lago, O.C. (2008). O uso do tempo no cotidiano de mulheres idosas: um método indicador do estilo de vida de grupos populacionais. Ciencia & Saude Coletiva, 13, 1133-1142.
  • Debia, N., & Silveira, N.D. (2019). Indicadores socioculturais e histórias de vida de idosos longevos: heterogeneidade e ressignificações de hábitos na velhice. Revista Kairós : Gerontologia. 

SAIBA MAIS

Que hobbies e atividades aumentam seu bem-estar? Disponível em: https://youtu.be/FJpOQN5frjY  (use o recurso de tradução para o português nas configurações de legenda)

PARA SABER MAIS

Vídeo:

Textos:

  • Older People’s Needs and Opportunities for Assistive Technologies, Gaja Zager Kocjan, Tanja Špes, Matija Svetina, Nejc Plohl, Urška Smrke, Izidor Mlakar & Bojan Musil (2023) Assistive digital technology to promote quality of life and independent living for older adults through improved self-regulation: a scoping review, Behaviour & Information Technology, 42:16, 2832-2851, DOI: 10.1080/0144929X.2022.2149423

Assistive digital technology to promote quality of life and independent living for older adults through improved self-regulation: a scoping review (tandfonline.com) 

Urbanismo e longevidade

Leia: Urbanismo e longevidade
Escrito por Mariane Coimbra e Gabriella Zubelli 

Qual o impacto do urbanismo na longevidade, no envelhecimento ativo e saudável das pessoas? O envelhecimento populacional traz muitos desafios e necessidades de adaptação das famílias, empresas e do governo. Enfim, de toda a sociedade. 

Além do envelhecimento, a urbanização também é uma tendência que compõe as demandas do século XXI. Ao mesmo tempo em que as cidades se expandem, cresce o contingente de pessoas acima de 60 anos. 

Segundo o Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre o Envelhecimento (CENIE), a mudança na estrutura etária representa um dos maiores desafios da arquitetura e do urbanismo no novo milênio, enquanto exige uma reavaliação na forma como as cidades são projetadas e organizadas. O envelhecimento populacional coloca o desafio de desenvolvimento de cidades inclusivas e acessíveis, que atendam às necessidades não apenas dos 60+, mas de pessoas de todas as idades.

Nesse sentido, a OMS lançou, em 2008, o Guia Global Cidade Amiga do Idoso, que preconiza uma série de ações e diretrizes importantes. De acordo com o guia, uma cidade amiga do idoso estimula o envelhecimento ao otimizar oportunidades para a saúde, participação e segurança, visando aumentar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. 

Em uma cidade amiga do idoso, os serviços, políticas, ambientes e estruturas devem ser centrados nas necessidades das pessoas idosas, respeitando e reconhecendo seus desejos e capacidades. 

Do ponto de vista do Estado, universidades e empresas, há várias ações importantes para estimular a longevidade ativa nas cidades, tais como: 

  • criação de programas de renda e trabalho; 
  • disponibilização de serviços de saúde e proteção social de forma acessível e ampla;
  • preservação do espaço urbano, como cuidado com ruas e calçadas;
  • garantia de mobilidade urbana, tanto com serviços públicos quanto privados;
  • disponibilização de espaços abertos seguros e acolhedores, como parques e praças;
  • incentivos para programas de pesquisas junto às universidades para explorar como a cidade pode ser mais acolhedora e inclusiva para pessoas idosas;
  • programas de pesquisas para levantar quais necessidades que as pessoas idosas têm em relação às melhorias de itens, mobiliário urbano e qualidade dos espaços. 

Mas além das ações do primeiro e segundo setor, é imprescindível que a sociedade civil se engaje na construção dessas cidades. A relação das próprias pessoas idosas com o meio urbano se dá por meio da ocupação dos conselhos, espaços culturais, de lazer, de saúde, dentre outros. Você participa de eventos culturais, de atividades em grupos, de aulas de dança, música, trabalhos manuais, etc.? Como você ocupa a sua cidade?

O livro “Política Nacional do Idoso: novas e velhas questões“, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), oferece insights valiosos sobre as políticas e estratégias necessárias para enfrentar os desafios do envelhecimento populacional. É fundamental garantir o acesso universal aos serviços públicos, promover a integração social e valorizar a contribuição dos próprios idosos para a comunidade.

Se ainda não for possível pensar em uma cidade amiga do idoso, quem sabe pensar em uma comunidade amiga da pessoa idosa? Comece por onde você mora: quais atividades, instituições e organizações existem para pessoas idosas na sua comunidade? Como divulgá-las? Como participar? O que mais você pode fazer na comunidade para ter mais espaços e atividades para pessoas idosas? Já existem pessoas pensando em começar a construir uma cidade amiga do idoso, a partir das comunidades amigas da pessoa idosa.

Você como liderança pró-longevidade, como pessoa idosa e como uma pessoa que está envelhecendo, pense nisso. Converse com seus amigos e busque conhecer o que há para você na sua comunidade.

Em resumo, o envelhecimento populacional representa um desafio significativo para o urbanismo e planejamento urbano, mas também oferece oportunidades para criar cidades e comunidades mais inclusivas, acessíveis e vibrantes para todas as gerações. 

Com a participação coletiva, é possível construir um futuro em que as cidades sejam verdadeiramente lugares para todas as idades.

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REFERÊNCIAS:

SAIBA MAIS:

 

Morar sozinho na velhice

Leia: Morar sozinho na velhice – perspectivas e desafios
Escrito por Mariane Coimbra e Gabriella Zubelli 

À medida que envelhecemos, vivenciamos uma série de reflexões sobre nosso estilo de vida e moradia. “Com quem desejo morar na minha longevidade?”. “Em que tipo de ambiente me sentirei mais confortável para viver?”. “O que é imprescindível para me sentir em casa?”

Existem vários formatos possíveis de moradia, e essas são algumas perguntas importantes para guiar a tomada de decisões sobre onde morar na velhice. 

Neste texto e no próximo, vamos abordar duas perspectivas diferentes e ajudá-lo a clarear tanto os pontos positivos quanto as possíveis dificuldades. 

Vamos lá: morar sozinho

Para algumas pessoas, morar sozinho representa liberdade e independência. Para outras, pode trazer inseguranças e preocupações que dificultam o dia a dia.

De forma geral, os pontos importantes sobre o morar sozinho são: 

  • Liberdade: morar sozinho pode oferecer uma sensação de autonomia e liberdade, permitindo que as pessoas mantenham sua independência e tomem suas próprias decisões sobre suas atividades diárias.
  • Autonomia e independência: autonomia é ter a possibilidade de escolher sozinho o que fazer e como fazer. Independência é conseguir fazer sozinho. A sensação de conseguir fazer tudo sozinho é ótima, mas isso requer cuidado. Ainda mais quando há alguma dificuldade em mobilidade, algumas atividades podem ser perigosas, como fazer uma faxina ou subir numa escada. Mesmo morando sozinho, há sempre a possibilidade de pedir ajuda para alguém. Não há porque ter vergonha em pedir ajuda. 
  • Conforto e familiaridade: a casa é um lugar de conforto e familiaridade, onde foram criadas memórias preciosas ao longo dos anos. Morar sozinho pode significar continuar desfrutando desse ambiente conhecido e aconchegante.
  • Manutenção do Ritmo de Vida: ao morar sozinha, a pessoa geralmente tem mais controle sobre sua rotina diária e pode adaptá-la de acordo com suas preferências e necessidades individuais.
  • Isolamento Social: um dos principais desafios de morar sozinho na velhice é o risco de isolamento social. A falta de interação regular com outras pessoas pode levar à solidão e afetar negativamente a saúde mental e emocional.
  • Segurança e Bem-Estar: viver sozinho pode aumentar o risco de acidentes domésticos e problemas de saúde não detectados. A falta de apoio imediato pode dificultar lidar com emergências e garantir a segurança e o bem-estar contínuos.
  • Acesso a Serviços e Apoio: morar sozinho na velhice pode dificultar o acesso a serviços e apoio, como cuidados de saúde, transporte e assistência domiciliar.

Ao escolher morar sozinho, é importante que a pessoa tenha consciência de que isso não implica em não conviver com outras pessoas, pelo contrário. É muito relevante que, mesmo que opte por isso, o 60+ mantenha suas redes de relacionamento e apoio. Além disso, é interessante pensar em adaptações e tecnologias que possam facilitar o dia a dia, prezando pelo bem-estar e segurança da pessoa. Por exemplo, câmeras, dispositivos de ajuda remota, equipamentos de automatização de casa, barras de apoio, dentre outras opções. 

Com planejamento e recursos adequados é possível viver essa escolha de forma saudável e autônoma!

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Morar com familiares ou outras pessoas

Leia: Perspectivas e desafios para os 60+: Moradia com famílias e outras pessoas

Escrito por Mariane Coimbra e Gabriella Zubelli 

Como falamos no texto anterior, existem vários formatos possíveis de moradia na velhice. A escolha de morar com familiares ou com outras pessoas é uma decisão importante que pode impactar significativamente a qualidade de vida dos 60+, pois está diretamente relacionada à qualidade dos vínculos e da convivência entre os membros. 

De forma geral, os pontos a se considerar na opção de viver com familiares ou outras pessoas, são: 

  • Rede de Apoio Familiar: morar com familiares pode oferecer uma valiosa rede de apoio emocional e prática. Ter entes queridos por perto pode proporcionar conforto e segurança, além de facilitar o acesso a cuidados e suporte em momentos de necessidade.
  • Companhia Constante: a presença contínua de familiares em casa pode ajudar a reduzir o isolamento social e promover uma sensação de pertencimento e conexão. Compartilhar experiências e momentos de convivência pode enriquecer a vida diária das pessoas idosas.
  • Divisão de Responsabilidades: morar com familiares pode significar dividir responsabilidades domésticas e financeiras, o que alivia o fardo do dia a dia e permite uma distribuição equitativa de tarefas entre os membros da família.
  • Limitação da Privacidade: compartilhar um espaço de vida com familiares pode levar à falta de privacidade e autonomia, podendo gerar conflitos e tensões no ambiente doméstico.
  • Dependência Excessiva: a dependência excessiva dos familiares para cuidados e suporte pode resultar em sobrecarga emocional e desequilíbrio nas relações familiares.

Pontos importantes ao decidir morar com outras pessoas que não são familiares:

  • Novas Amizades e Conexões: morar com amigos ou colegas pode proporcionar oportunidades para criar novas amizades e construir redes de apoio social fora do círculo familiar.
  • Compartilhamento de Experiências: compartilhar um espaço de vida com outras pessoas pode enriquecer a vida das pessoas idosas por meio do compartilhamento de experiências, interesses e atividades em comum.
  • Independência Relativa: morar com outras pessoas pode oferecer um equilíbrio entre independência e suporte, permitindo que as pessoas idosas mantenham uma certa autonomia enquanto desfrutam da companhia e colaboração de colegas de moradia. A independência e a autonomia também podem surgir com o apoio e suporte de outra pessoa. Você pode continuar tomando suas decisões, mas entender que um braço amigo ajuda também nisso.
  • Conflitos de Convivência: viver com amigos pode resultar em desafios de convivência, incluindo diferenças de personalidade, estilo de vida e preferências que podem levar a conflitos e tensões no ambiente doméstico.
  • Gerenciamento Financeiro: dividir a moradia com outras pessoas pode exigir uma cuidadosa gestão financeira para dividir despesas e garantir a equidade, ou seja, o equilíbrio, no compartilhamento dos custos relacionados à moradia e ao estilo de vida.

É possível também a moradia compartilhada em estruturas onde os espaços comuns, como sala e cozinha, são compartilhados com todos os moradores e os quartos são individuais. Dessa forma, mantém-se um equilíbrio entre estar sozinho e, ao mesmo tempo, estar com pessoas. Algumas casas oferecem recursos de apoio médico e suporte emergencial. 

Em resumo, a escolha entre morar com familiares ou com outras pessoas na velhice envolve uma cuidadosa consideração de perspectivas e desafios únicos. Ao tomar essa decisão, é importante considerar as necessidades individuais, preferências pessoais e objetivos de vida, buscando criar um ambiente de convivência que promova o bem-estar e qualidade de vida.

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REFERÊNCIAS

  • FAGUNDES, Karolina; VITORELLI, Diniz Lima et al. Instituições de longa permanência como alternativa no acolhimento das pessoas idosas. Revista de Salud Pública [online], 2017.  Disponível em: https://doi.org/10.15446/rsap.v19n2.4154
  • XIMENES, MA, CÔRTE, B. A instituição asilar e seus fazeres cotidianos: um estudo de caso. Estud. Interdiscip. Envelhec., 2007.BRANDÃO, V. C., & ZATT, G. B. Percepção de idosos, moradores de uma instituição de longa permanência de um município do interior do Rio Grande do Sul, sobre qualidade de vida. Aletheia, (46), 90–102, 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942015000100008  
  • BESTETTI, Maria Luisa Trindade. Ambiência: espaço físico e comportamento.: espaço físico e comportamento. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, [s.l.], v. 17, n. 3, p. 601-610, set. 2014. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.2014.13083 
  • BEZERRA, Jéssica Bittencourt; BORGES, Amadja Henrique. Cohousing: um velho conceito para uma nova forma de morar. Um velho conceito para uma nova forma de morar. 2019. Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/13.145/7330. Acesso em: 01 abr. 2020.
  • BRAGA, Sonia Faria Mendes; GUIMARAES, Ludmila de Vasconcelos Machado; SILVEIRA, Rogério Braga; PINHEIRO, Daniel Calbino. Políticas públicas para os idosos no Brasil: a cidadania no envelhecimento. Diálogos Interdisciplinares, Salvador, v. 5, n. 3, p.95-112, maio 2016. ISSN 2317-3793. Disponível em: https://revistas.brazcubas.br/index.php/dialogos/article/view/171/338. Acesso em: 25 mar. 2020.

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