Quem nunca parou para pensar sobre os desejos de se ter uma vida longa? Estes são votos frequentes que fazemos, por exemplo, a uma pessoa que comemora seu aniversário. Comemorar cada ano vivido é uma conquista. E que bom que temos tido a oportunidade de comemorar, cada vez mais, mais anos vividos.
A esta possibilidade de viver mais e de viver mais com qualidade é que chamamos de longevidade. Muito importante pensarmos no nosso projeto de vida e na maratona de construção cotidiana a favor da longevidade.
Para vivermos a longevidade com qualidade é preciso ter cuidado. Como já nos diz a música: “é preciso saber viver”. E saber viver em um país com tanto preconceito e com tanta desigualdade requer saber cuidar. O cuidado começa consigo mesmo, no exercício de autocuidado. Acredite que o autocuidado pode permitir uma “boa colheita” no processo de envelhecimento mesmo em um contexto de “terras secas e as vezes pouco férteis”.
Sempre é tempo de começar a pensar sobre o seu autocuidado e a sua longevidade, seja com 10, 30, 50, 70 ou 90 anos, reconhecendo as fortalezas e potencialidades, mas também as fragilidades do seu envelhecer. Quanto mais cedo você começar, mais farta pode ser a sua colheita.
Exercer atitudes e experiências positivas perante o envelhecimento, buscando a melhoria na qualidade de vida, com oportunidades permanentes de cuidados com a saúde, participação e segurança é o que se chama “envelhecimento ativo”. E “ativo” para além da capacidade física ou de trabalho, inclui o engajamento e a participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis.
Temos muitos desafios para pensar a longevidade e o envelhecimento em um país que valoriza a juventude e o prazer imediato e que busca, de várias maneiras, garantir o corpo jovem. Mas quantas contradições! A busca é pelo corpo jovem com a sabedoria e experiência que a maturidade trás. O cuidado permanente com o corpo, mente e espírito garante a paz para viver a longevidade e para envelhecer bem.
O autocuidado precisa ser construído cotidianamente por cada um de nós! Requer para isso atitudes e crenças positivas em relação à própria velhice, combatendo o preconceito contra a idade, conhecido como idadismo. Sim, o preconceito contra a idade pode estar em você com 60 anos ou mais quando, por exemplo, atribui à sua idade os seus desafios, quando justifica seus atos pela idade. Pense nisso e comece a combatê-los ensinando a todos que estão à sua volta como estar bem com o envelhecer.
Para pensarmos sobre o autocuidado, primeiramente devemos reconhecer, em nossa rotina, o que temos dedicado a nós mesmos. Como uma prece, aquelas “ações nossas de cada dia” que refletem o cuidado exercido consigo mesmo. E pensarmos mais: quais dessas ações nos dão prazer? O que contribui para a nossa saúde? O que nos gera bem-estar e qualidade de vida? Este é um exercício importante e necessário.
A rotina, muito além de atividades repetitivas, dia após dia, nos permite fazer o que é corriqueiro, mas é sim importante na nossa vida. Nesta rotina devemos incluir o autocuidado. Você 60+, como tem sido a sua rotina? Repleta de tarefas repetitivas e cansativas que não te dão prazer e bem-estar? Sem práticas de cuidado com a sua saúde? Então vamos lá, repensar esta rotina a partir de algumas dicas:
- Organize seu cotidiano. Comece por um dia, mas pense na sua semana, no seu mês, no seu ano.
- Construa metas. Sim, precisamos organizar aonde queremos chegar, qual o nosso alvo na vida.
- Liste as ações importantes a favor da sua qualidade de vida.
- Reconheça nela as atividades de cuidado com seu corpo, sua mente e seu espírito, desde a sua alimentação e hidratação, a prática de atividade física, hábitos de higiene como banho e massagem, a qualidade do seu sono, cuidado com a sua espiritualidade, alívio de estresse e outras mais.
- Liste agora as competências para a longevidade que você ainda gostaria de ter: Autoestima, inteligência emocional e atitudes positivas; Autonomia valorizada e preservação da independência; Adaptabilidade e flexibilidade para fortalecimento da resiliência; Autoconfiança e poder de decisão; Aprendizagem contínua do envelhecer; Inclusão digital, colaboração virtual e conectividade; Capacidade de inovação e de lidar com a diversidade geracional e cultural.
Com estas dicas, repense, recrie ou construa a sua rotina para o autocuidado. E lembre-se de incluir ainda as demais ações de cuidado pertinentes à sua condição de saúde: uso de medicamentos, consulta aos profissionais que compartilham com você o cuidado com a sua saúde e outras mais.
Para a longevidade é preciso ser resiliente, ou seja, ter a capacidade de adaptação e de renovação contínuas. A favor do envelhecimento ativo e ao longo da vida é preciso exercitar o autocuidado. Revelando cotidianamente a todos que rodeiam como você se cuida, além de inspirar, quando você estiver perdendo a sua capacidade de autocuidado na sua velhice avançada.
Como gostaria que as pessoas à sua volta contribuíssem no seu processo de cuidado, reconhecendo suas preferências, a sua rotina de cuidados e o que lhe dá prazer e satisfação, de modo que estas práticas poderão ser contínuas em sua vida. Pense nisso e construa o seu envelhecer com todos os seus esforços para que você reconheça, em tudo, que mesmo com tantas adversidades, vale a pena envelhecer.
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