Moradia: olhar para o passado, viver o presente e planejar um futuro

A melhor casa é aquela onde mora seu coração. Seja onde for, transforme-a em seu lar. Ela precisa ser um local que propicie uma vida plena. Onde se possa olhar para o passado, viver o presente e planejar um futuro. Se algum destes itens lhe falta, analise o que pode fazer para adaptar ou mudar, mas não se acomode. Falando em casa, existe moradia ideal para a pessoa idosa?

É interessante observar que a nossa casa muda conforme nossa vida o faz. Quando temos um filho, o quarto se ajusta para recebê-lo. Novos móveis e objetos chegam, os cômodos se ajustam. Quando começamos a trabalhar em casa, a cadeira muda, uma nova mesa é adaptada e a iluminação reforçada. Quando envelhecemos, as mudanças devem continuar naturalmente.

Há duas formas de fazermos isso: uma delas é de forma preventiva, já sabendo o que iremos viver podemos nos adiantar e evitar acidentes; a outra é reativa: uma vez percebida uma dificuldade, adaptamos a casa para superá-la e compensá-la. Fato é que a casa não deve ficar estática. Ela deve mudar junto com você.

Casa Segura

Uma casa segura é a que permite que você faça o que mais gosta sem correr riscos. Reorganize seus pertences e objetos de forma que você consiga alcançá-los sem precisar subir em escada ou banco. Tem muita coisa? Vá até o item desapega e se desfaça de algumas! Evite tapetes, mas se não for possível, deixe-os fora do seu caminho. Se não der para tirar os fios do caminho, cubra-os com fita adesiva em toda a extensão.

Nas áreas molhadas, como banheiro, cozinha e lavanderia, se o piso for escorregadio, use fitas antiderrapantes. Se preferir colocar toalha de piso, garanta que ela tenha uma base emborrachada. Instale barras de apoio nos locais onde sentir mais insegurança e necessidade de suporte.

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TIPOS DE MORADIA

Às vezes, a nossa casa já não nos atende mais. Ficou muito grande, dá trabalho e despesa. Queremos uma vida mais prática e mais simples. Outras vezes nos vemos indo morar na casa dos filhos sem opção de escolha. Ou simplesmente queremos novos ares e mudar de local, mas ficamos preocupados com suporte à saúde se precisar. Seja qual for o seu caso, saiba que você possui alternativas. Aqui vamos falar um pouquinho sobre elas.

Coliving

Se você se sente sozinho e isolado ou o dinheiro está curto, dividir a casa com amigos e conhecidos pode ser uma boa opção. Normalmente as pessoas dividem um apartamento ou uma casa. Cada um tem seu quarto, mas todos aproveitam a estrutura do imóvel. Você não precisa dividir as tarefas. Tudo vai depender das regras da casa, por isso garanta que elas estão claras antes de se aventurar neste tipo de moradia!

Pode até parecer uma república, mas não é. A república tem um caráter temporário, já o Coliving tem um caráter permanente. A gente precisa é criar um nome mais brasileiro agora, né? 

Quer saber mais? A Coliiv é uma empresa que encontra pessoas com o mesmo perfil que você. E faz um encontro de afinidades! Assim fica mais fácil né?

Colares ou Cohousing

Este tipo de moradia parece com o coliving mas não é. Ele parte da premissa de construir um lugar do zero e criar as próprias regras e áreas comuns em conjunto com o grupo, mas com moradia privativa. O processo é bem mais longo e exige maior comprometimento por parte dos envolvidos. Tudo gira em torno do trabalho colaborativo e do conceito de comunidade e suporte por parte da vizinhança. Se você está animado e quer saber mais, a Lilian Avivia Lubochinski é expert no tema.

Residencial Sênior

Aparentemente parecem edifícios tradicionais, mas a grande diferença está no oferecimento de serviços e facilidades nas atividades diárias, como limpeza, lavanderia, alimentação e até mesmo algum suporte pontual de saúde. Os apartamentos e as áreas comuns são totalmente acessíveis, mas o grande diferencial mesmo está na forma de encarar a moradia. As áreas comuns não são estáticas. Elas são pensadas em acolher atividades diárias para estímulo do convívio social entre os próprios moradores. Cursos, palestras, festas e atividades físicas. Os novos empreendimentos podem ser verticais, horizontais, urbanos ou rurais. Depende do perfil do público. Eles estão começando a se espalhar pelo país e logo, logo, você deve ver um perto de você.

Instituição de Longa Permanência

Ótima opção se precisa de algum tipo de cuidado ou suporte à saúde. Elas têm programação de atividades sociais, de lazer, de estímulo físicos e mentais. Deixe o preconceito de lado e dê uma chance às ILPIs. Com conceito mais moderno e cheio de coisas pra fazer, os novos empreendimentos estão muito longe dos antigos asilos. Qualidade de vida é o foco deles atualmente. Se você não precisa de suporte mas gostou do que ela oferece, veja se ela tem a modalidade de Centro de Convivência onde você passa apenas o dia, curte as atividades e volta para casa depois.

PRESERVANDO A HISTÓRIA

Preservar sua história não significa entulhar sua casa. Escolha itens que representem o mesmo período de vida o qual gostaria de ver representado e escolha um. Ao invés de ter milhares de bibelôs reduza o número, por exemplo. Deixe à vista as memórias que te tragam boas sensações. Se uma cadeira te lembra um ente querido mas você não pode manter, coloque uma foto dele na casa ou mesmo outro objeto menor que mantenha esta memória viva. Troque o objeto, mas não a memória. Organize álbuns de retratos por época e deixe à vista. Dê novo uso a objetos antigos. Que tal transformar aquela caixa que você adora em sua nova caixa de remédios? E deixe espaço para as novas memórias que irá criar. Para os novos amigos, os novos parentes, as novas atividades.

O DESAPEGO

É hora de se libertar! Não é perder, é renovar! Seja ficando em casa ou se mudando, este é um exercício que vale para todos! Algumas coisas fizeram sentido em nossas vidas em algum momento, mas não cabem mais hoje em dia. Passe pra frente! Troque a energia! Para te ajudar, montamos um passo a passo. Comece separando seus itens por quatro categorias. 

Jogar fora – Está estragado e não tem conserto!

Doar – Não uso mais e não vou usar. Te traz memória afetiva? Você pode distribuir entre parentes queridos. É uma forma de dar continuidade à memória. 

Consertar – A quanto tempo o item está estragado? Se faz mais de seis meses, talvez não te faça tanta falta assim. Veja se não vale a pena doar ao invés de manter. Se for algo afetivo, você pode transformar em objeto de decoração.

Manter – Tem certeza que não pode viver sem? Absoluta? Tem mais de um ano que não usa? Então pense de novo!
Terminou? Volte na pilha do consertar e manter e tente diminuir mais um pouco!

E refaça esse ciclo de tempos em tempos. Particularmente tento fazer todo fim de ano. Ajuda no balanço do que passou e abre espaço para os planos do futuro.

HORA DE SAIR DE CASA

Não tem jeito. Você vai ter mesmo que se mudar. Independentemente de a escolha ter sido ou não sua, ainda é possível viver esta experiência de forma gratificante e recompensadora. Neste ponto da jornada você já sabe desapegar e como preservar sua história

Aproprie-se do seu espaço e faça dele seu. Pode ser uma cama e uma mesa de cabeceira ou um quarto. Você não é visita e não encare este lugar como temporário ou de passagem. Planeje uma nova rotina e comece a montar uma nova história. Junte aos seus objetos antigos, coisas novas que mostram os bons momentos da vida atual.

Deixe espaço para realizar pelo menos uma atividade de que goste. E se não depender de você fazer estas mudanças, converse com o responsável e tente chegar a um meio termo.

O lugar que a gente mora precisa refletir quem somos e a nossa história. Não importa se é em um quarto, uma casa, um apartamento ou mesmo uma instituição. Aproprie-se do seu espaço e seja feliz! Seu canto precisa ser aconchegante, mas ter segurança. E lembre-se, quanto antes formos capazes de identificar prevenir riscos e adaptar nossa casa, mais tempo teremos com uma ótima qualidade de vida e poderemos continuar a fazer o que mais gostamos em nosso refúgio!

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