Todos os que já passaram dos 60 anos sabem que, a cada dia que passa, o número de medicamentos que precisam ser usados parece aumentar. Após os 70 anos, a média de medicamentos diferentes que uma pessoa usa por dia, no Brasil, é em torno de quatro e, esse número aumenta com a idade.
Medicamentos bem indicados são parte fundamental do plano terapêutico necessário ao alcance de um envelhecimento saudável, por outro lado, medicamentos desnecessários, são responsáveis por boa parte dos problemas dos idosos.
Medicamento: Mocinho ou vilão?
Vivemos hoje em uma sociedade que privilegia o imediatismo, o consumo e a juventude e, parece que o caminho mais curto, apontado por uma receita cheia de medicações, vitaminas e fitoterápicos, agrada bastante a essa urgência e traz a ilusão de resultados rápidos. Mas devemos entender que existem duas grandes ciladas envolvidas nessas “receitas milagrosas”: a primeira delas é nos fazer acreditar que podemos “comprar saúde” e a segunda é pensar que quanto mais, melhor.
A verdade precisa estar clara: a longevidade é uma conquista! Sim, parte do tempo de vida que viveremos, depende de fatores relacionados com o nosso “ponto de partida”, como a nossa genética e as condições, inclusive as sociais, envolvidas nos nossos primeiros anos de vida, mas, o maior responsável por definir nossa longevidade são nossos hábitos e escolhas.
Para construirmos uma história de vida, longeva e saudável, precisamos nos dedicar à nossa maneira e com base nas nossas escolhas, a esse processo. É importante nos cuidarmos: praticar exercícios físicos, alimentar de forma saudável, preservar nossa saúde mental, socializar, aprender coisas novas, estar aberto(a) às mudanças. Por isso dizemos que uma vida longeva e feliz precisa ser construída e toda construção envolve tempo e trabalho.
Outro erro muito comum está no acreditar que “quanto mais melhor”. Em relação à saúde dos mais velhos, geralmente, o que se passa é exatamente o contrário. Atenção aos medicamentos para a pessoa idosa.
Uma parte considerável dos problemas de saúde que fazem as pessoas com mais de 60 anos procurarem os médicos é resolvida com a revisão e a readequação de seus medicamentos. Os profissionais de saúde que assistem os idosos costumam dizer que, quando se trata de medicamentos, para uma pessoa idosa menos é mais.
Boa parte dos problemas de saúde que faz com que os idosos procurem um atendimento médico e também de outros agravos que às vezes nem são notados se deve a algum medicamento usado. Dentre esses problemas podemos citar as quedas, tonturas, o intestino preso, a urina solta e até a piora da memória.
Nem por isso podemos pensar que os medicamentos são um problema para a saúde. Na verdade eles são parte da solução. O problema é quando eles são indicados em substituição a outros cuidados igualmente importantes, quando são mal escolhidos ou quando são usados sem terem sido receitados por um médico. Nessas situações, eles poderão atrapalhar mais do que ajudar.
Para você cuidar bem de sua saúde, dê atenção aos medicamentos que você usa. Não use medicamentos que não foram prescritos por seu médico, converse com ele sobre a real necessidade deles ou se é possível uma opção que cause menos efeitos colaterais ou, se não seria o caso para um tratamento não medicamentoso, evite a auto-medicação e a busca por resultados imediatos e fantasiosos.
Os medicamentos podem ser grandes aliados ao cuidado dos mais velhos, mas quando não escolhidos adequadamente ou quando prescritos desnecessariamente, podem se tornar um grande vilão.
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