Por Cecília Xavier

O Projeto de Vida nos ajuda a organizar o curso de vida de forma a torná-lo mais longevo, saudável e feliz. É um caminho para se relacionar com o futuro no presente e fazer dele algo melhor e mais protegido. O ser humano é um ser de ação e, consequentemente, de projetos. Mas cuidar desse planejamento a partir de uma metodologia e com organização, não é algo habitual. Teresinha Rios (2005), nos convida a pensar que projetar é relacionar-se com o futuro, é começar a fazê-lo. E só há um momento de fazer o futuro – no presente. O futuro é o que vivemos como presente quando ele chegar. E que já está presente no projeto que dele fazemos

Inicialmente um provocador de pausas e silêncios, o Projeto de Vida permite sentir o que se viveu e também desvelar os desejos para o futuro. Numa outra etapa, aponta a direção para a ação, trazendo para a realidade possível o que se projetou. 

A intenção é que ele funcione como bússola para o percurso da longevidade. Por trazer clareza, apontar melhores caminhos, reduzindo vulnerabilidades ligadas ao envelhecimento – mas também à história de cada um, independentemente da idade. Ter projetos é uma necessidade de todas as gerações. Mas por alargar os horizontes de futuro, é especialmente relevante na velhice. 

É interessante entender a construção de um Projeto de Vida a partir de 3 pilares: reflexão, planejamento e ação, que se movimentam continuamente na dialética dos acontecimentos. Não existe fluxo de projeto em linha reta. As trilhas são curvilíneas ou até labirínticas, o que não torna o processo menos interessante. Pelo contrário, acompanhar a própria vida em sua complexidade pode ser fonte de sentido e vitalidade.

O convite é para que as pessoas possam olhar para si mais de perto, aplicando a cultura do cuidado sobre a própria vida.  Refletir a partir de pequenas pausas gera contribuições significativas, sem custo e com baixa necessidade de tempo. Parar para pensar é uma oportunidade de fazer um balanço dos últimos acontecimentos (Genaro, 2013) e descobrir o que se deseja viver, sentir ou conquistar, dentro das possibilidades.  

O planejamento é o momento de organizar, de colocar no papel, fora do pensamento, os objetivos e ações necessárias para alcançar o que se propôs.  E, por fim, temos a ação, momento de auto enfrentamento, com maior nível de desafio, mas também de realização. 

Barbier (1996) destaca que o  projeto não é uma simples representação do amanhã ou de uma ideia possível; ele é o futuro a se transformar no real, uma ideia a se transformar em ato.

Não permita que a sua vida siga de forma aleatória, como se qualquer caminho lhe fosse interessante. Aproprie-se da sua jornada e seja o dono de sua longevidade. 


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Cecília Xavier é uma profissional de Terapia Ocupacional graduada e especializada pela SBGG, além de possuir mestrado na área de gerontologia e saúde mental pela UFMG. Ela é a fundadora da Trampolim 60+, uma empresa que se concentra em preparar indivíduos para as transições de vida, incluindo carreira e aposentadoria. Cecília é uma empreendedora social, palestrante e produtora de conteúdos digitais.

Referências

  • Rios, T.A. Ética e competência. 11.ed. São Paulo: Cortez, 2001. 86 p.
  • Genaro Junior, F. (2013). Clínica do envelhecimento: concepções e casos clínicos. São Bernardo/ SP: Todas as Musas.
  • Allen, D. (2015). GTD – A arte de fazer acontecer. Editora Sextante.

Barbier, J.M. (1996). Elaboração de projetos de ação e planificação. Porto: Porto Editora.

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