Envelhecimento e vacinas: Como combater as fake news?

A imunossenescência, ou seja,  as alterações do sistema imunológico relacionadas ao envelhecimento, trata-se de um fenômeno presente em todas as pessoas idosas. A resposta imune diminui com o envelhecimento. Por isso, a pessoa idosa fica mais vulnerável às infecções e maior risco de reativação de infecções latentes, maior comprometimento para recuperação de doenças e ainda maior tendência ao desenvolvimento de câncer e de doenças auto-imunes.

Deste modo, a imunossenescência requer que façamos a nossa parte para manter a nossa “defesa” em dia, ou seja, que façamos ações de promoção da saúde e de prevenção de enfermidades. Importante para isso a prática cotidiana de hábitos saudáveis de vida que incluem as seguintes ações: mantermos uma boa alimentação com uma dieta balanceada em frutas, legumes e hortaliças; a hidratação frequente e em quantidade adequada, dormir bem em horas e qualidade do sono; particar atividade física com regularidade; evitar o tabagismo, o consumo de álcool e outras drogas, dentre outras.

Uma pessoa com o sistema imunológico fortalecido é capaz de enfrentar situações de adoecimento de modo mais bem sucedido. Portanto, vale a pena investir nas práticas de prevenção de enfermidades e de promoção da saúde. Além disso, é possível agir a favor de minimizar os fatores de risco para doenças crônicas como a hipertensão e diabetes, por exemplo, que também comprometem a nossa imunidade.

A vacinação é uma forma de tornar mais saudável o seu envelhecimento. Ainda bem que já superamos a crença, tão popular, de que “vacina é coisa de criança”, não é mesmo? Não estaríamos neste mundo, com tantas doenças, se não fossem as vacinas. Infelizmente, embora saibamos que a vacina é para todo ser humano de todas as idades, vieram as fakes. Sim, as fake news. E contra estas, repletas de supertições, mitos e crenças, temos muitos desafios. Como sabemos, contra fatos não há argumentos, mas contra as fake, existem todos eles. Vamos abordar as fake news sobre vacinação da pessoa idosa.

10 fake news sobre vacinação que precisam ser combatidas

São muitas as fake news que circulam nas redes sociais. Vamos desconstruir algumas delas e contribuir para o combatê-las? Abaixo citamos 10 fake news sobre vacinação e os argumentos para você agir a favor desta luta: 

1.

Uma pessoa idosa saudável não precisa vacinar. Isso não é verdade. Acreditar nesta fake news vai nos deixar em risco! Ter hábitos saudáveis de vida sempre serão importantes para uma melhor resposta imune. Mas sem vacinas ficamos vulneráveis para termos doenças passíveis de prevenção por elas! A vacina tem uma importante ação: induz a produção das ferramentas de defesa, ou seja, os anticorpos para combaterem a doença ou atenuarem seus sintomas, caso a gente tenha contato com o germe que causa a doença. Especialmente na pessoa idosa, em que o sistema imune está naturalmente mais comprometido, é imprescindível a manutenção do cartão de vacinas em dia. Aproveite e já confira o seu!

2.

As vacinas causam as doenças. Isso não é verdade. Nas vacinas o agente causador da doença mesmo que esteja vivo, está enfraquecido ou inativado, ou seja, não tem a capacidade de causar a doença que se propõe a combater nem outras doenças. A vacina, como um personal trainer, coloca o seu corpo habilitado para dar um melhor resposta quando você tiver contato com o agente causador da doença, por meio da memória vacinal. Portanto as vacinas não causam as doenças, pelo contrário, nos protegem delas.

3.

As vacinas de Covid-19 não são confiáveis porque foram produzidas muito rápido. O processo de desenvolvimento e de produção de vacinas é extremamente longo, seguro e confiável. No caso da Covid-19 os estudos sobre o Corona vírus vêm sendo desenvolvido há décadas. Quando liberadas para uso na população, as vacinas já passaram por um rigoroso processo. Para a produção, inicia-se com testes de segurança em animais, conhecida como fase pré-clínica.

A fase clínica é composta por 4 etapas. A fase 1 em que um grupo pequeno de pessoas saudáveis voluntárias recebe a vacina, para a avaliação da segurança, aparecimento ou não de efeitos colaterais adversos e a capacidade de gerar imunização. A Fase 2 é a de testes na população alvo, com grande número de participantes, avaliando novamente a segurança, doses, modo de administração, efeitos colaterais, dentre outros.

A Fase 3 inclui estudos multicêntricos, aprovados pelo Conselho Nacional de Pesquisa e pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária  com grupos placebo e grupos controle com protocolos rígidos que, se aprovados, significa que a vacina pode ser produzida em larga escala e distribuída para a população. A última fase é a que a vacina, já registrada, é disponibilizada à população com monitoramento permanente da vacina. Portanto, as vacinas são bastante seguras e só podem ser liberadas para comercialização depois de inúmeros testes e com eficácia comprovada. Vacine-se sempre! O benefício de tomar uma vacina é sempre muito maior que o risco, mínimo ou inexistente.

4.

Vacinas causam autismo. As vacinas não causam autismo. Infelizmente há alguns anos atrás foi publicado um artigo não científico que teria demonstrado a associação entre autismo e vacinas. Este foi um estudo falso que foi retirado da revista científica onde foi publicado, e o responsável, um médico inglês, teve o registro profissional cassado. Assim não existe nenhum embasamento da ciência que apresenta relação entre vacinas e autismo.

5.

Vacinas têm muitas contraindicações. Isso não é verdade. Algumas vacinas têm sim contraindicações, especialmente aquelas produzidas por meio de vírus enfraquecido, aplicadas em pessoas que têm problemas de imunidade, que tomam algum medicamento que reduz a imunidade do organismo, ou que tenham outras doenças mais sérias. Portanto, se você tem dúvida, converse com seu médico sobre a sua situação de saúde e se há alguma contraindicação para que você esteja em dia com todas as suas vacinas.

6.

A vacina de gripe causa a doença e existe para matar as pessoas idosas. Infelizmente esta é uma fake news muito frequente e muito difundida. A vacina de gripe é produzida com o vírus inativado, portanto, sem nenhuma condição de causar a doença. Pelo contrário, o impacto positivo da vacinação contra a influenza na prevenção de internações e mortes por doenças respiratórias em pessoas idosas, especialmente, tem sido observado em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. É muito frequente que as pessoas confundam as reações adversas leves como febre e dor no corpo, comuns após a vacinação com o quadro de gripe, um quadro muito mais severo que o apresentado após a vacina.

7

Tomei a vacina de gripe em um ano e não preciso tomar mais. Outro mito muito frequente entre as pessoas. A gripe é causada por um vírus que modifica muito e, anualmente os subtipos de Influenza que mais circulam e causam a gripe mudam e, por isso, a vacina também precisa mudar. Portanto, é muito importante atualizar a vacinação, como no caso da gripe, pois o nosso sistema imune, mesmo imunizado contra o vírus do ano passado, não conseguirá reconhecer o vírus circulante neste ano.

8

As vacinas causam graves reações adversas. São raras as situações de reações adversas graves após a vacinação. Em geral, as reações são leves e auto-limitadas e devem ser seguidas as orientações dos profissionais de saúde para o cuidado delas. Em qualquer situação em que houver reações que fogem daquelas leves, orientadas pelos profissionais de saúde, a pessoa deve imediatamente procurar pelo  serviço de saúde para cuidados e notificação do caso. É preciso desmitificar a ideia de que a vacina da gripe provoque efeitos adversos, ou seja, reações, graves.

9.

A vacina irá modificar o DNA dos seres humanos. Não é verdade. Não existe possibilidade de que vacinas, especialmente aquelas produzidas por meio de tecnologias de DNA e de RNA alterem nosso DNA, pois não são inseridas dentro do genoma humano e não vão nos tornar, nem as próximas gerações, seres humanos geneticamente modificados.

10.

Não preciso me vacinar se outras pessoas se vacinarem. Não é verdade. A chamada imunidade coletiva ou de rebanho só faz sentido se for por meio da vacinação. E para isso requer uma cobertura vacinal ampla da população, que assim fica protegida, evitando a disseminação de doenças. Dessa forma, é essencial que todos aqueles indivíduos que possam ser vacinados o sejam, de fato, para proteger aqueles que por contraindicações reconhecidas por profissional especialista, não podem se vacinar. Deste modo, quanto mais pessoas estiverem  vacinadas, menor a chance de surto e de novos casos na população.

Infodemia e as fake news sobre vacinação

Estamos vivendo tempos difíceis pelo excesso de informações, conhecido como “infodemia”. A infodemia juntamente com as fake news e a multiplicidade de formas de comunicação pelas redes sociais requerem de todos nós muita sabedoria para discernir em quê e em quem confiar. A disseminação de notícias falsas sobre vacinas é um ato criminoso e irresponsável, mas que infelizmente vem se ampliando. E então, como se proteger das fakenews?

  • Primeiro sempre certifique da fonte da informação do que você recebe. 
  • Fale abertamente com um profissional competente sobre seus mitos, superstições e crenças sobre a vacinação. Converse com os profissionais especialistas de sua confiança sobre todas as suas dúvidas e siga as orientações dadas por ele. 
  • Busque informações em sites e com pessoas competentes para obter informações seguras e baseadas na ciência. Nunca confie em achismos!
  • Não divulgue nenhuma informação que você não tenha certeza se é verdadeira. 
  • Tenha informações segura e ajude a combater o movimento anti-vacinas.

Lembre-se: em tempos de pandemia, não vacinar pode ser fatal! A Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunização reforçam que a vacinação é essencial e deve ser mantida, apesar da pandemia. Faça a sua parte: Cuide-se e Vacine-se! 

Compartilhe esse texto com outras pessoas, vamos derrubas as fake news sobre vacinação.

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