O que você precisa saber sobre higienização de alimentos, uso excessivo de vitaminas, armazenamento de comida, contaminação de alimentos e muito mais para te manter saudável e longe de notícias falsas. Confira mitos e verdades sobre alimentação durante a pandemia de coronavírus.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a principal estratégia para nos proteger da Covid-19 é o isolamento social. Contudo, a propagação de notícias falsas (“fake news“) sobre nutrientes milagrosos capazes de combater o novo coronavírus estão confundindo os 60+ quanto aos reais cuidados durante a pandemia. Diante disso, é importante esclarecer algumas informações que circulam nas mídias sociais e que podem criar a falsa sensação de proteção e imunidade.
8 mitos e verdades sobre alimentação:
1. Beber água frequentemente pode ajudar na prevenção da Covid-19?
A resposta é NÃO! Manter uma boa hidratação é essencial ao bom funcionamento do organismo, porém gargarejos, bochechos e o consumo aumentado de água não são capazes de limpar as vias aéreas como tem sido veiculado em algumas fake news. Assim, apesar da grande importância da água para nossa saúde, ela não é eficaz para prevenir ou tratar a Covid-19.
2. Suplementos de vitamina D e vitamina C nos protegem contra o coronavírus?
NÃO. Embora ambas sejam vitaminas importantes para atividade do sistema imune, até o momento nenhum nutriente, vitamina ou alimento se mostrou capaz de prevenir, tratar ou reduzir a infecção pelo novo vírus. Além disso, o uso indiscriminado de suplementos vitamínicos, sem orientação de um médico ou nutricionista, pode trazer graves prejuízos à saúde. Altas doses de vitaminas e minerais podem causar efeitos colaterais e intoxicação.
A vitamina C, por exemplo, pode propiciar o aparecimento de cálculos renais quando usada em doses elevadas. Já a vitamina D em excesso pode provocar alterações na saúde óssea e no metabolismo do cálcio. Por isso, todo suplemento só deve ser usado com indicação de um profissional de saúde capacitado.
3. Posso contrair o coronavírus por meio dos alimentos?
Atualmente, não há evidências de que o novo coronavírus possa ser transmitido por meio da alimentação. Segundo a OMS, embora as bactérias possam crescer nos alimentos, um vírus como o que causa a Covid-19 exige um hospedeiro vivo (no caso, humanos e animais) para se multiplicar. Assim, embora o vírus sobreviva em objetos e superfícies, não se sabe quanto tempo ele se mantém nos alimentos, nem mesmo se a carga viral é suficiente para contaminar uma pessoa.
Em outras epidemias causadas por vírus da mesma família, estudos mostraram que não houve transmissão por alimentos. O que sabemos até agora é que a principal forma de transmissão do coronavírus se dá de uma pessoa para outra, por contato próximo ou por meio de gotículas respiratórias, de saliva e catarro que se espalham pelo ambiente ou pelo contato com objetos e superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
4. Como posso garantir uma alimentação segura nos tempos de pandemia?
A depender do material, da temperatura e da umidade do ambiente, o vírus causador da Covid-19 pode permanecer por horas ou até dias em objetos e superfícies. Dessa forma, é muito importante redobrar os cuidados na hora de fazer as compras e preparar os alimentos. Todos os itens comprados devem ser higienizados cuidadosamente, antes do armazenamento em armários e geladeira. Podem ser utilizados sabão e água ou álcool 70% na forma líquida ou gel. Já para a higienização de hortaliças, frutas, legumes e verduras, deve-se fazer a desinfecção seguindo alguns passos:
- Lavar em água corrente, vegetais folhosos, folha a folha e frutas e legumes um a um;
- Colocar de molho por 10 minutos em água clorada (na diluição de 1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água);
- Depois enxaguar bem em água corrente.
Atenção! Lembre-se sempre de verificar no rótulo se a marca da água sanitária tem seu uso recomendado para higienização dos alimentos.
5. Posso usar vinagre ou bicarbonato para higienizar as verduras e frutas?
Apesar de ser muito comum, a resposta é NÃO! O vinagre não tem efeito sobre vírus e bactérias prejudiciais à saúde. Por sua baixa acidez, ele pode até ajudar na eliminação de sujeiras, pequenas larvas e ovos de inseto, mas não reduz totalmente o risco de contaminação por microrganismos causadores de doenças. A mesma coisa se dá para o bicarbonato de sódio e misturas com limão, nenhuma delas é realmente eficaz na correta sanitização dos alimentos.
O ideal é utilizar água sanitária na diluição recomendada acima.
6. Está certo manter os mantimentos adquiridos por entrega domiciliar em “quarentena”, fora de casa ou da cozinha, em temperatura ambiente?
Embora tenha sido recomendado em países de clima frio, este procedimento não deve, de forma alguma, ser adotado no Brasil. Além de comprometer seriamente a qualidade e segurança dos alimentos, eles podem estragar e provocar sérias intoxicações alimentares.
7. Quais alimentos devo preferir durante o período de isolamento?
Cuidar bem da alimentação durante a pandemia é essencial à saúde do 60+. O importante é manter bons hábitos e procurar consumir alimentos frescos, como legumes, verduras, frutas, peixes, ovos e leite. Evitar o consumo de produtos ultra processados, pobres em nutrientes e ricos em gordura, açúcar e sódio como nuggets, biscoitos recheados, empanados, caldos industrializados e refrigerantes. Cuidado com os truques do cérebro, que busca sempre por comidas afetivas em situações de estresse.
8. Como fazer com que alimentos frescos durem mais tempo?
Para reduzir as idas à feira, frutas e legumes podem ser congelados. Você sabia que boa parte das vitaminas e nutrientes são preservados quando congelamos corretamente os alimentos? As frutas, após higienizadas, devem ser picadas e separadas em pequenas porções para posterior uso em sucos e vitaminas. Vegetais folhosos como alface e salsinha, duram até 5 dias na geladeira, quando higienizados e guardados bem secos em uma vasilha tampada (uma dica é forrar a vasilha com papel toalha que ajudará a absorver a umidade e manter as folhas conservadas por mais tempo).
Já os legumes precisam passar por um processo chamado de branqueamento (método que consiste em colocar a hortaliça, já higienizada, em água fervente por cerca de 2 a 3 minutos e depois resfriá-la rapidamente em um recipiente com água e gelo), depois é só escorrer bem e levar ao congelador em saquinhos plásticos. Este processo ajuda a preservar a cor viva e os nutrientes dos vegetais. Quando for utilizá-los, basta retirar do congelador e levar direto para panela, sem descongelar previamente. Lembre-se: uma vez descongelado, o alimento não deve ser congelado novamente por aumentar o risco de contaminação.
Por Polyana Mota
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